sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Sobre A Memória e o Tempo


É terrível pensar que nada é esquecido; que nem um mero juramento pronunciado deixa de vibrar através dos tempos, numa ampla corrente disseminadora de som; que nem uma prece é murmurada sem que o seu registro seja fixado nas leis da natureza pelo selo indelével da vontade do Todo-Poderoso. [Peter Cooper, filantropo americano]

Olá! Como vai você? Tudo bem? Espero que sim.

Retorno, meus caros amigos e leitores, com a incumbência de lhes escrever sobre este livro que está entre uma das mais importantes aquisições que já fiz até hoje.


A Memória e o tempo é o nome do livro. E o seu autor: Hermínio C. Miranda.


Hermínio é um autor já conhecido no meio espírita e, por que não, no meio não-espírita, não só pelos seus muitos livros mas, por sua profundidade e sagacidade. Não é à toa que o apelidaram de 'o escriba'. Autor de livros importantes no contexto doutrinário como Diálogo com as Sombras e A Diversidade dos Carismas, que abordam o problema do diálogo com os espíritos, a famosa 'doutrinação', e a questão da mediunidade, em um estudo não menos complexo, respectivamente. Bem como de outros livros dentro da temática [que posso dizer de sua autoria?] Arqueologia do Espírito: As sete vidas de Fénelon, Arquivos Psíquicos do Egito, Alquimia da Mente, A Noviça e o Faraó, entre outros.


O objetivo do livro é, ao analisar a problemática do tempo e da memória, tentar entender a mecânica do processo não só de armazenagem, mas de acesso às nossas recordações.


Como acessar nosso conteúdo, nossa memória integral, hoje, para tentar entender e solucionar um problema por que estamos passando? Estaria ela ali totalmente organizada vida por vida, do nascimento à morte? Será que um estado depressivo, uma neurose, uma fobia, ou até o autismo poderiam ser mais bem compreendidos, quiçá, curados após um processo de catarse reflexiva [ou ab-reação nos dizeres psicanalíticos freudianos]?


Entretanto, o que é o tempo? É simplesmente a sucessão das coisas, dos segundos, minutos, horas, dias, séculos e milênios? Quem que nunca achou que soubesse o que seja o tempo e que, entretanto, não se via sem palavras para explicá-lo a outrem? E a memória seria apenas o acumular dos conhecimentos, experiências e emoções [traumáticas ou felizes]?


Sobre o tempo, certa vez enunciou Santo Agostinho:
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"Que é, então, o tempo? Se ninguém me perguntar, eu sei; se desejo explicá-lo a alguém que me pergunte, não sei mais".

Você já se viu em tamanha enrascada antes? Eu já!

E a memória?

Segundo o Dicionário Aurélio ela é a "faculdade de reter idéias, impressões e conhecimentos adquiridos anteriormente". E ainda: "lembrança, reminiscência, recordação".

E Hermínio Miranda complementa:

"A memória é um receptáculo de idéias que em algum tempo foram ali depositadas e que podem, com relativa facilidade e presteza, ser recuperadas ou relembradas".

É assim que, com estes conceitos postos [e aqui estão apenas umas pinceladas dos conceitos e análises emitidos] que o Hermínio vai tecendo sua teia de informações e construindo, em nós, ou talvez até desconstruindo, conceitos e visões diferenciadas sobre o tempo, a memória, e sobre a regressão da memória com fins terapêuticos.


E este é um ponto importante: todas as suas elucubrações não visam, tão somente, a mera curiosidade de se saber quem foi no passado para satisfazer um desejo fútil. Do contrário, em todo o seu livro observamos sua tentativa de deixar o mais claro possível, não só que a Terapia de Regressão às Vidas Passadas [ou TVP] tem um fim quase que exclusivamente terapêutico, ou de pesquisas com estes fins. E mais: que as próprias Ciências Psi [Psicologia, Psiquiatria e Psicanálise] deveriam reavaliar não só seus métodos de análise e cura, bem como muitos de seus conceitos e fundamentos, os ditos dogmas, para que possam passar a tratar verdadeiramente daquilo que dá nome a si mesmas: Psi = Alma, Espírito Imortal!


Com uma introdução, VIII capítulos e um posfácio, o livro de Hermínio é, para quem já o conhece, de uma riqueza de conceitos, informações e reflexões inúmeras.


Além de nos apresentar o que aprendeu e refletiu após mais de 20 anos estudando o tema, ele nos brinda com uma 'síntese' da história do magnetismo animal, bem sucinta, é verdade, mas sumamente interessante. Para depois nos brindar com um estudo detalhado tanto dos achados e obras do famoso Albert de Rochas, como de Freud, o insigne pensador vienense que, se tivesse aceitado, ou ao menos tratado com menos preconceito, os conhecimentos já adquiridos sobre a Alma, ou mente para quem trata da matéria Psi, teria deixado uma obra tão fenomenal quão ousada do que a que nos brindou com sua inteligência ímpar.


E com que surpresa passamos a conhecer psicólogos, tão ousados quanto o próprio Freud, e que aceitaram, mesmo relutantemente, a realidade das vidas sucessivas e da comunicabilidade do espírito imortal, bem como todas as suas consequências daí advindas. Gente como a Dra. Edith Fiore, o Dr. Carl Wickland, o Dr. Denis Kelsey e a Dra. Helen Wambach, além do sensitivo Edgar Cayce.


São tantas informações, tanta riqueza que não pude segurar a vontade de dividir estas impressões com você, meu caro leitor e leitora, mesmo correndo o risco de não conseguir transmitir com a facilidade que o Hermínio aquilo que, ainda agora, continua a me fazer refletir.


É isso, meu dever está cumprido [eu acho!]. Espero ter suscitado em cada um de vocês o desejo de conhecer esta obra ímpar, e que é leitura obrigatória não só para quem tem interesse em desvendar os escaninhos do tempo e da memória, mas, de todo o Espírita que tenta se compreender como espírito imortal com um acervo de experiências e dores e alegrias tão grande e tão rico, que é um desperdício não tentar levar a sério a famosa frase adotada por Sócrates ao visitar o Oráculo de Delfos, e que consta da questão 919 de O Livro dos Espíritos: "Conhece-te a ti mesmo".


Pois também dizia Sócrates que "A vida não-examinada não vale a pena ser vivida".


Conheçamos-nos, oras pois! E vivamos, sem traumas, sem fobias nem neuroses!

Bons estudos, e até a próxima!

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Terapia da Oração

Recurso valioso para todo momento ou necessidade, a oração encontra-se ao alcance de quem deseja paz e realização, alterando para melhor os fatores que fomentam a vida e facultam o seu desenvolvimento.

A oração é o instrumento pelo qual a criatura fala a Deus, e a inspiração lhe chega na condição de divina resposta.

Quando alguém ora, luariza a paisagem mental e inunda-se de paz, revitalizando os fulcros da energia mantenedora da vida.

A oração sincera, feita de entrega íntima a Deus, desenvolve a percepção de realidades normalmente não detectadas, que fazem parte do mundo extrafísico.

O ser material é condensação do energético, real, transitoriamente organizado em complexos celulares para o objetivo essencial da evolução. Desarticulando-se, ou sofrendo influências degenerativas, necessita de reparos nos intrincados mecanismos vibratórios, de modo a recompor-se, reequilibrar-se e manter a harmonia indispensável, para alcançar a finalidade a que se destina.

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O psiquismo que ora, consegue resistências no campo de energia, que converte em forças de manutenção dos equipamentos nervosos funcionais da mente e do corpo.

A oração induz à paz e produz estabilidade emocional, geradora de saúde integral.

A mente que ora, sintoniza com as Fontes da Vida, enriquecendo-se de forças espirituais e lucidez.

Terapia valiosa, a oração atrai as energias refazentes que reajustam moléculas orgânicas no mapa do equilíbrio físico, ao tempo que dinamiza as potencialidades psíquicas e emocionais, revigorando o indivíduo.

Quando um enfermo ora, recebe valiosa transfusão de forças, que vitalizam os leucócitos para a batalha da saúde e sustentação dos campos imunológicos, restaurando-lhes as defesas.

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O indivíduo é sempre o resultado dos pensamentos que elabora, que acolhe e que emite.

O pessimista autodestrói-se, enquanto o otimista auto-sustenta-se.

Aquele que crê nas próprias possibilidades desenvolve-as, aprimora-as e maneja-as com segurança.

Aqueloutro que duvida de si mesmo e dos próprios recursos, envolvendo-se em psicosfera perturbadora, desarranja os centros de força e exaure-se, especialmente quando enfermo. Assemelha-se a uma vela acesa nas duas extremidades, que consome duplamente o combustível que sustenta a luz, até sua extinção.

A mente que se vincula à oração ilumina-se sem desprender vitalidade, antes haurindo-a, e mais expandindo a claridade que possui.

Envolvendo-se nas irradiações da oração a que se entregue, logrará o ser enriquecer-se de saúde, de alegria e paz, porquanto a oração é o interfone poderoso pelo qual ele fala a Deus, e por cujo meio, inspirado e pacificado, recebe a resposta do Pai.

Ao lado, portanto, de qualquer terapia prescrita, seja a oração a de maior significado e a mais simples de ser utilizada.

Franco, Divaldo Pereira. Da obra: Momentos Enriquecedores. Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis.